terça-feira, 15 de abril de 2008

pessoas

Um em cada cinco prisioneiros está detido preventivamente. São 2400. Nunca foram julgados ou estão à espera da decisão do tribunal de recurso. É um número sem paralelo na Europa e que não é aceitável em qualquer democracia que se preze. Num país em que os juízes usam e abusam da prisão preventiva, que é uma medida excepcional de coacção que só deve ser usada em último recurso, não deixa de ser curioso ver meio mundo indignado porque foram libertados 115 presos com a entrada em vigor do novo Código Processo Penal, alguns deles condenados em primeira instância.

São criminosos, diz-nos a televisão de há três dias para cá. “É demasiado gravoso criminosos ficarem livres”, confirma António Cluny, presidente do sindicato dos magistrados judiciais, garantindo mesmo que há razão para alarme. Gravoso, e alarmante, é saber que existem processos que se arrastam indefinidamente e que, presumíveis criminosos ou não, milhares de detidos continuam sem direito a defender-se legalmente. Quanto à libertação de dezenas de presos cuja prisão preventiva prescreveu, há um bom remédio. A justiça começar a cumprir os prazos e deixar de se arrastar ad eternum, reclamando tempos de prisão preventiva que violam os mais elementares direitos humanos apenas para esconder a sua incompetência

3 comentários:

O tráfico de crianças disse...

ficamos esclarecidos

Animais Abandonados- De que se preocupa disse...

Vez merda e agora paga por isso...mas as vezes sao um bocado injustos...

Nuno Pereira disse...

Falam das prisões, dos presospreventivos, abordam os diferentes pontos de vista sobre as cadeias, tá impecável!
A hiperligação ao vídeo deveria ser antes dos links dos colegas porque é o vosso tema, o assunto principal, sugerir outros é secundário!